Pages

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O leite berrou, bebi o leiteiro, o sol girou e a água fervendo.

A manhã matogrossense acorda morna, como o leite que o leiteiro deixou na minha porta seguido de um berro de presença. O céu é laranja, o sol aponta no horizonte facilmente por a terra ser plana, aqui neste nortão as árvores são longas, parecem ser empurradas pelos raios amarelo-ouro. Essa cidade parece um equilibrista, está em cima da corda entre o clima úmido amazônico e o clima excessivamente quente e seco do cerrado.
Ao espiar pela janela já posso ver as mulheres se acomodarem na frente das suas casas com suas cadeiras de praia que vêem mar uma vez na vida, elas pegam a cuia ja com a erva preparada e enche de água fervente, passam a cuia pela roda entre as outras como se fosse um ritual. Mas por que essa "sulice" nesse norte do Mato Grosso? Esse lugar é uma réplica cultural e urbana paranaense, catarinense e sul-riograndense numa clareira gigante e crescente como uma vida cresce depois de a fecundação.


por Janaina Marques.

Nenhum comentário:

Postar um comentário