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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Um pouco do meu dia-a-dia acadêmico.

Os dias andam mais "científicos" do que poéticos. Fim de semestre, loucura-loucura, portanto vou postar um texto que fiz para uma matéria aí do meu curso, , um pouquinho de conhecimento econômico embutido nessa artéria poética também faz parte da vida de uma prolixa reclusa no Mato Grosso.



A Gênese da Industrialização Brasileira


A implantação da República em 1889 foi tomada de forma pacífica, não houve manifestações populares e foi totalmente aceita pela burguesia, porque o Brasil Republica nada mais seria que a instituição do poder burguês, o que condizia com a realidade social dos cafeicultores, cujo produto era o principal para a Economia do país no momento.

No início da República encontraram-se inúmeros obstáculos para a industrialização, podendo citar a crise do café, em vista da superprodução, onde o governo decide dar subsídio aos cafeicultores, comprando o excedente de café produzido, fazendo com que os produtores de café se interessassem em produzir numa escala maior que a demanda para receber os incentivos do governo, assim instala-se a crise do café sendo consolidada com a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929. Assim sendo encontrava-se um péssimo sistema financeiro em decorrência de até então este ter se baseado na escravidão, a qual chegava ao seu fim, e por sempre ter voltado sua economia para a exportação, portanto não havia uma política monetária interna.

No entanto preocupar-se-ia com a ausência da mão-de-obra escrava, ou seja, começam os investimentos em mão-de-obra livre, entrando em cena a imigração. A perda de dinheiro investido em escravos teria que ser compensada com a ampliação do crédito para lavoura e exportação.

Tal instabilidade econômica (e também a política) fez com que fosse necessária a adoção de algumas medidas nos primórdios da República.

Assim, Rui Barbosa, Ministro da Fazenda do Governo Provisório autoriza a emissão de moedas e lança ações para o financiamento de empresas, tal medida gerou uma febre especulativa, assim o Brasil “mergulha” em uma crise financeira, a qual ficou conhecida como Encilhamento (refere-se ao clima de euforia e aventureirismo em face da especulação com capitais de crédito e nas bolsas de valores).

O governo estimulou a criação de empresas concedendo empréstimos facilmente sem muita burocracia, assim ocorre o aparecimento de empresas fantasmas como especulação causando uma crise no mercado, pois de tal forma os bancos vieram a falência, seus cofres foram esvaziados com o “empréstimo sem limites”, assim as empresas faliram também, causando inflação, tal crise coincidiu com a crise de superprodução do café, ou seja, uma junção de fatores que fizeram com que o Brasil entrasse integralmente em crise.

Porém, no governo de Campo Salles foram adotadas políticas para reverter a crise que se instalara no Brasil. Foi concedido empréstimo pelo Funding Loan no valor de 10 mil libras, cuja divida foi dada como garantia a receita da alfândega brasileira. Esse recurso foi investido em obras de infra-estrutura: malha ferroviária, energia elétrica, saneamento, aumento das importações. Com essa “reerguida” o Brasil volta a ter credibilidade, o mercado começa a depositar confiança na política econômica brasileira.

A efetivação da industrialização no Brasil passou por inúmeros obstáculos, desde o começo da história do país, os tratados com a Inglaterra, o pacto colonial, como já foram mencionados, foram grandes dificultadores para a industrialização brasileira.

Durante os ciclos do açúcar, ouro e café ocorreram surtos de industrialização, mas nada que se firma-se como a industrialização no país propriamente dita, tal ocorreu aqui no Brasil de forma tardia, podemos exemplificar que no século XIX já ocorria a Segunda Revolução Industrial e a indústria brasileira era insignificante.

A partir da década de 1880 que o Brasil começa a viver a industrialização e o seu crescimento, tendo como base a estrutura econômica que havia se criado em torno da produção cafeeira.

Assim, foi incentivada a produção manufatureira no Brasil, como na Europa, o produto pioneiro da industrialização no Brasil foi o tecido, as primeiras indústrias dessa época voltava-se para a produção têxtil. Com o tempo tais indústrias foram diversificando a sua produção, fabricando variados tipos de tecidos, de cores diferentes. Partindo dessas indústrias, investiu-se na produção de juta, chapéus, foram surgindo novas indústrias, como a de beneficiamento de trigo, produção de cerveja, de fósforos, metal-mecânica, houve então a modernização da produção açucareira.

Todo esse desenvolvimento industrial se deu graças a acumulação de capital feita pelo período do auge da cafeicultura, de 1880 a 1930, até mesmo porque o impulso da produção cafeeira foi responsável pela urbanização do Estado de São Paulo, a qual propiciou a implantação de diversos serviços públicos, o que daria condição para se instituir um centro urbano, gerando emprego e renda para o consumo dos produtos industrializados.

“As medidas concretas para a industrialização foram tomadas durante o Estado Novo. As dificuldades causadas pela Segunda Guerra Mundial ao comércio internacional favoreceram essa estratégia de substituição de importações. Em 1946 começou a operar o primeiro alto-forno da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A Petrobrás foi criada em outubro de 1953.

O nacionalismo da era Vargas foi substituído pelo desenvolvimentismo do governo Juscelino Kubstischek (1956 a 1961). Atraindo o capital estrangeiro e estimulando o capital nacional com incentivos fiscais e financeiros e medidas de proteção do mercado interno, JK implantou a indústria de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e veículos, com o objetivo de multiplicar o número de fábricas de peças e componentes. Ampliou os serviços de infra-estruturas, como transporte e fornecimento de energia elétrica. Com os investimentos externos e internos, estimulou a diversificação da economia nacional, aumentando a produção de máquinas e equipamentos pesados para mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos, transporte ferroviário e construção naval. No início dos anos 60 o setor industrial superou a média de crescimento dos demais setores da economia brasileira.”.(http://www.brasilescola.com/historiab/industrializacao-brasileira.htm)