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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Às vezes eu não queria pensar, queria ser um vegetal, onde ali fica fixado apenas vendo as belas abelhas e borboletas ali pousarem, um aspecto bonito de admirar as pessoas, porém sem nenhuma reação a elas, apenas um ser estático esbanjando beleza e nada mais, ainda assim existem vegetais que são feios, azar desses que além de serem estáticos, não oferecem nada.
Pensar realmente dói, minha cabeça pulsa com tanta coisa que eu penso, ela dá giros doloridos, ela se exercita de modo a me cansar fisicamente, sinto que perco calorias no simples fato de sentar na minha escrivaninha e pensar.
Ainda hoje neste mundo tão contemporâneo, as pessoas agregam um caráter masculino ao fato de pensar: só ando com mulheres, graduanda em um curso essencialmente masculino, sou vista lendo, bebendo, fumando ou discutindo ideias pelos cantos, com certeza a minha fama nessa fétida cidade é de "caminhoneira".
Sempre vejo os homens acompanhados de belos troféus e por um momento da minha vida pensei que era apenas aquilo que os interessavam, meu defeito foi analisar apenas os troféus que carregavam e não quem o carregava, com certeza esse não sabe nem metade do que é a dor de pensar.
Quando era mais jovem eu tentei me transformar num troféu, mas acabei vendo que não tinha talento pra aquilo, eu falava demais, discutia demais, perguntava demais, meu biotipo também nunca ajudou para que eu fosse um troféu a la Miss Universo.
Na minha formação pessoal, isso me incomodou, era mais uma coisa para eu pensar, para refletir me presenteando com fortes dores de cabeça, sim, quando eu penso demais a dor de cabeça é física, digna de algumas gotas de dipirona.
A construção da minha pessoa crítica foi dolorida e ela ainda está em construção e eu ainda sinto as dores, assim como uma criança aos seus 8 anos onde suas cartilagens estão crescendo. "Crescer dói", em todos os sentidos.