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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Aqueles.

Ela não sabia que aquilo valia tanto, aquilo, aquilo que ela fazia. Fazia sempre por prazer, passava horas ao deleite de toda aquela externalização de sentimentos e emoções, era um calor que vinha do abdômen na garganta, que arrepiava a nuca e assim ela voltava para atividade e continuava ali, bailando, indo e vindo, voltando, indo de novo, parando, pensando, continuando.
Tinha prazer em pegar com gosto nele e fazer tanto, através dele mostrava tudo o que queria e o que sentia, era a parte mais importante daquilo tudo, ele! Pegava com firmeza, com carinho, com moleza, e assim como fazia aquilo fazia com ele, bailava, ia e vinha, voltava, ia de novo, parava, pensava, continuava. Era tudo tão assim até o dia que cobrara, cobrara para fazer aquilo com ele. No momento pôs graça, fez e aconteceu, foi longo, rebuscado, intenso e lindo, mas depois dele, mesmo fazendo espontaneamente, não teve mais prazer, colocara naquilo um valor de troca material e nunca mais o fez como fazia. "Ah se o tempo voltasse", dizia, aquilo e ele continuariam sendo aqueles.