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domingo, 14 de novembro de 2010

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Você está em tudo, em todas as cores, em todos os gestos, em tudo aquilo que eu queria falar e não consigo, pois você está além de qualquer explicação ou palavra, de qualquer sentimento mundano, além da minha possível compreensão do que é estar aqui e amar.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A mulher da sua vida.

Ela não é muito delicada, o jeito rústico dela até te irrita, ela fala palavrão, ri alto, grita, xinga, preguiça de maquiagem, de manicure, de roupa sexy pra ficar em casa, ela é tão ela, mas tão ela que é esculachada até demais.
Ela fica tão linda quando acorda, mesmo com os olhos inchados, os cabelos desconexos e o mau humor incomparável, ela resmunga, nem fala bom dia, mas você acha lindo isso, por mais que te irrite, e as outras coisas que te irrita você também acha lindo.
Na tpm ela é insuportável, fica carente, fica brava, briga sem razão, chora sem motivo, mas bem que você gosta de ver a cara dela de nervosa e que ela encharque tua camisa de choro. Ela tem um jeito de se encaixar no teu colo, parece um feto grande, se embola toda e se aconchega no seu colo que nem um gato.
Ela tem umas brincadeiras tão infantis, gosta de te fazer cócegas, de esconder suas coisas e com um sorriso gigante e escandaloso mostrar o que escondeu "Tá aqui seu bobo." Ela te deixa nervoso, apaixonado, amado, agitado, feliz, triste...ela é capaz de te provocar todos os sentimentos possíveis.
Sem querer ela fez você gostar dela, a se apaixonar por ela, a amá-la, o modo como ela consegue ser doce e amarga, inteligente e boba, menina e mulher, agradável e irritante simplesmente te encantou.
Ela não se parece com a Nicole Kidman muito menos com a Scarlett Johansson. Mas é ela a mulher que fez com que você sentisse aquilo que nenhuma réplica de top model fez, é ela a mulher que fez você perder o interesse em qualquer mulher que não fosse ela.
Existem tantas raras dessas no mundo e alguns homens ainda fazem questão de perdê-las.


sábado, 7 de agosto de 2010

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Depois de ter entrado no tornado, me sinto calma. Sabe aquele amor que vira ódio que vira sofrimento e se transforma em ternura? Estou assim, sentindo profunda ternura, o parasita que habitava o meu coração transformou-se em um bicho que pratica mutualismo. A gente tenta, se esforça, se machuca, releva. Mas e aí, as pessoas são diferentes da gente, ao passo que não superei as expectativas de alguém as minhas não foram superadas. Não que outra pessoa seja o meu encaixe, mas quem sabe que a maturidade que os anos nos concedem não faz a gente se distanciar da situação, analisar de fora e corrigir os erros para então viver a felicidade plena. Ninguém vive feliz plenamente sem conhecer aquele do qual espera complemento para a tal felicidade. Mas o meu medo é que os anos de modo que trazem sensatez e maturidade aumentam nossa intolerância. Quem sabe a vida de dois intolerantes no mesmo nível seja mais feliz, acredito que não façamos as coisas que não toleramos, assim a vida ficaria mais fácil quem sabe.
Não adianta, por mais que a gente queira esquecer o que aconteceu na vida a dois com outras pessoas, a gente não esquece. Assim sempre chegamos com uma armadura no próximo pra evitar sofrimento, é aí que criam-se outras feridas.
Eu me armei, entrei na batalha e quando já era guerra eu corri nua em meio ao tiroteio com os olhos fechados esquivando-me das balas por sorte, mas uma sempre passa de raspão, é a que mais arde e deixa a pior cicatriz. Tratei da ferida, agora ela já fechou.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Minas carnavalesca.

Carnaval. Pacote fechado. Eu. Kênya. Ônibus. Sinop. Cuiabá. Brasília. Belo Horizonte. Aí que começa a peripécia. Rodoviária de Belo Horizonte. 14:00. Lotada. Uma empresa pra levar todos para Ouro Preto. Desespero. Eis que vou eu atrás de uma van. Atravesso uma praça linda em frente a rodoviária de Belo Horizonte, tantos homens bonitos vindo ao meu encontro, eu rezava: "Espero que todos eles estejam em Ouro Preto". Achei! Não era uma van, era um doblô, 30 eu, 30 Kênya, fechado. Motorista mucholoco, ultrapassar na curva? Era o que ele gostava. Quase não aproveitei a paisagem de Belo Horizonte a Ouro Preto, era tudo muito rápido, mas que belas montanhas, que belos desfiladeiros! Lugar lindo, temperatura fresca, homens lindos, era o paraíso. Depois de 1 hora e 40 minutos estávamos em Ouro Preto, largadas em uma praça, rodeadas de muitos homens, nunca tinha visto tantos homens reunidos na minha vida e não conseguia achar um feio se quer. Lutamos pra procurar a república que fechamos o pacote, mas enfim achamos. Chegando lá além de homens lindos que nos recepcionavam, eram simpáticos, já vieram pegando a nossa bagagem para nos ajudar (em troca de outra coisa mais tarde, claro) e colocando em nossas mãos um copo de cerveja, geladérrimo, era tudo o que eu precisava. Banho, cheirosa para o mata-mata que é um carnaval em Minas Gerais. Mais tarde chega a minha amiga de Goiânia, Cecília, eu já estava bêbada, fora de mim, curtindo cada centavo que eu tinha pago daquele pacote. Meu Deus! Meu Deus! Era muito homem, quase nunca tive tanta opção para escolher. Os cariocas, os mais abusados, chegavam junto mesmo, não tinha tempo pra respirar, liberei toda a minha promiscuidade e minha libido naqueles dias. Ouro Preto, tantas ladeiras, a felicidade de estar lá fazia com que eu nem sentisse a dor de subir e descer as ladeiras. Nem tive tempo para avaliar os prédios históricos, o negócio lá era conhecer corpos. Homens educados, lindos, inteligentes (descobri isso quando dava tempo de conversar), não posso esquecer de falar das moças cariocas e paulistas que conheci lá, gente boníssima, do "crime" tanto quanto eu. Que experiência, que viagem! Sete dias de muitas histórias que não cabem ser expostas. A vista complementava toda a festança que era estar lá, muita bebida, muita diversão, quem passou a juventude sem ter vivido isso que eu vivi, não viveu. Fica aqui minha recomendação: Minas Gerais é o melhor lugar pra se viver, uai!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Orquídeas

Voltando para casa senti um cheiro de orquídea que me fez encontrar algo em minha memória que não se revelava, o cérebro relutou, aquela agonia que invade a espinha quando a gente quer lembrar e não consegue, aquela rusga entre os neurônios, aquela força, mas veio, veio que veio como se não tivesse feito força nenhuma, é como um avião que se esforça na subida e de repente encontra o equilíbrio e plaina.
Veio a imagem, assim como o passageiro olha pela janela do avião e entre as nuvens vê aquela imensa lagoa que agora mais se parece com uma poça d'água. Via em minha mente uma travessa chamada Nordeste, era a rua onde minha tia mora na cidade de Barra do Garças no Mato Grosso, belamente contornada pelo Rio Garças e pelo Rio Araguaia que delimitam a estreita fronteira com o estado de Goiás. Foi naquela casa que fecundei minha adolescência juntamente com minha prima que era cinco dias mais nova e seu presente amigo de longa data que fez-se meu amigo também de infância três meses mais novo que nós.
Mas por que o cheiro de orquídea me fizera relembrar esse lugar? Minha tia costumava encher de orquídeas um tronco de coqueiro e essas quando desabrochavam pela noite incendiavam o ambiente com um odor agradabilíssimo. Foi nessas noites regadas desse cheiro maravilhoso que eu vesti o primeiro salto, passei a primeira maquiagem, usei os primeiros brincos exagerados me aprontando ansiosamente para sair com a minha prima, o amigo e os demais colegas, a princípio era uma coca-cola, um x-bacon, alguns flertes com os adolescentes que passavam que rolavam nessas saídas, meia-noite em ponto estávamos em casa rindo de situações corriqueiras que haviam acontecido que pra gente eram grandes acontecimentos (um selinho, um olhar, uma pegada de mão ou ter visto alguém fazer tudo isso) embarcávamos no segundo round da comilança, atacávamos os doces da geladeira e íamos os três para o computador, escrever bobagens no messenger, postar algumas tolices no fotolog e depois, cama.
Acordávamos na hora do almoço (pausa, eu sempre acordei mais cedo), comíamos e íamos para a internet assim como fazíamos na madrugada, depois disso inventávamos uma comida e no fim do dia cada um partia para sua casa, pois afinal o dia seguinte seria segunda-feira.
Vivíamos grudados, todos os dias na escola, todas as tardes juntos, ora no curso de inglês, ora na padaria, me impressiona como comíamos naquela época e naturalmente hoje sinto todos os efeitos dessas exacerbações gastronômicas.
Tais heresias alimentares cessaram parcialmente quando descobrimos a bebida alcoólica, pelo menos não comíamos na rua, enchíamos a cara e assim chegávamos em casa e comíamos, nessa época já não havia controle de horário e também foi uma época que gastávamos pouco com a nossa bebida para nos tirar das perfeitas faculdades mentais, éramos fracos ainda, uma ice e bingo, todos alegres.
A partir dessa época descobri os homens, até então tinha sido os meninos, até ali nada passava do beijo na boca, mas enfim descobri o que era homem, o que era sexo, o que era aquele volume quando eu os beijava. Perder a virgindade foi uma loucura, eram cinco minutos que duravam uma hora, foi assunto para meses com a minha prima e meu amigo, a gente se encabulava ao tocar nele.
O tempo passou e o sexo ficou tão corriqueiro quanto a bebida, assim como bebida e saída eram diretamente proporcionais, homem e sexo estava seguindo a mesma lógica. Quebrei muito a cara, fui muito feliz, planejei, me decepcionei, às vezes estava nem aí, às vezes queria casar, às vezes queria foder e eles estavam ali, eles que até agora não revelei, mas quem me conhece sabem bem quem são: Ícaro e Lara, estavam sempre presentes nesses acontecimentos.
E todas essas andanças, histórias e descobertas tinham como fim o retorno pra casa da Lara (a prima), culminando com o cheiro das orquídeas, essas sim foram platéia da minha vida, em especial as que ali estavam penduradas, naquele coqueiro, daquela casa, elas juntamente com Ícaro e Lara assistiram tudo e em troca do espetáculo me deixaram o cheiro maravilhoso que em qualquer lugar que eu o sinta me faz vir à tona na mente todo o descrito.




segunda-feira, 24 de maio de 2010

Goiás

O que me mata nesse lugar é a saudade do Cerrado. O tanto asco que me dava aqueles galhos secos nos intermédios de Iporá, Piranhas e São Luis dos Montes Belos hoje se transformou na saudade que tenho do seco interior de Goiás.
Sinto saudade até do suor insuportável dos homens bêbados que eram pegos em meio a estrada nos barzinhos que ali ficavam, o famoso ônibus pinga-pinga a caminho da Cidade de Goiás.
Valia a pena passar por uma viagem insalubre como essa, a recompensa ao chegar a cidadezinha histórica era grande. Gostava do coreto, tinha um chafariz pintado a mão, branco e azul e um hippie que ali ficava cujo a simpatia me incomodava profundamente, simpatia mercante. Ali vivi o meu primeiro show do Pedra Letícia, a minha primeira viagem de mochila com o meu eterno companheiro da vida, Ícaro. Sabia que seu nome lhe agregaria as asas da estrada e assim me acompanharia até de ônibus atravessando o sertão baiano como fizera.
Goiás, Goiás, eu que tanto desejei ter você por perto assim me afastei por longos dois mil quilômetros em direção ao perigoso sul do Pará, de floresta amazônica nativa empoeirada, sem horizonte, tudo muito plano, a unica coisa que me agrada nessas estradas é o tapete verde que a soja forma, o tapete sem fim.
Goiás, eu que tanto desfrutei da sua lindíssima capital, o tanto que vivi nela em tão pouco tempo, o tanto que fui feliz aí, ainda carrego um resquício dessa felicidade pra suportar aqui.
Saudade do capoeirão, saudade do cerrado campo sujo, saudade do baru amargo, saudade do cheiro de pequi que nunca gostei, saudade do Maria Isabel, do feijão tropeiro copiado de Minas, saudade dos índios bororós carregando seus rebentos no bakité feito com toda minúcia, saudade das suas noites quentes com vento gelado, das suas manhãs ensolaradas e frias, das suas tardes quentes insuportáveis.
Goiás, um dia volto pra você.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O preço da felicidade.

A princípio não tinha romantismo, o contrato de paixão era sexual: um olhar, um beijo e cama. Pregava como Jesus o fez debaixo de chuva e sol em Jerusalém, porém pregando outra profecia: a de se entregar quando sentisse vontade, sem lembrar que existia por parte da sociedade a repressão da sexualidade feminina.
Por vezes foi romântica, se apaixonou por alguém, mas não conseguia ser de um só, em cada homem via algo que complementava o outro: o tom de pele, o tom de voz, o corpo, o jeito, o beijo, o sexo. Por hora se sentiu mal, com medo das coerções da sociedade monogâmica a qual vivia, sentia que não teria nada duradouro agindo assim, mas era desse jeito que desejava viver e seria feliz, casos curtos, repentinos, paixões avassaladoras que durariam pouco, mas que lhe trariam felicidade e ao término de uma iniciaria outra lhe provocando as mesmas maravilhosas sensações.
Para que viver tanto tempo ao lado de uma pessoa que ao passar o tempo da paixão avassaladora te trataria como parte da sua rotina? Como um móvel da casa? Como um lugar ocupado da cama? Como uma pessoa pra dividir a conta de água e luz?
Ah! Se dependesse dela, ela manteria a paixão por muitos anos, até a velhice, mas infelizmente isso estava dependendo do outro e nem tudo sai da maneira que planejamos.
Deus a proteja, Deus que cuide do coração dessa moça, que desse seu jeito viajante vai flagelar muito ainda esse coração, mas na intenção de ser feliz constantemente. É apenas o preço da felicidade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A nossa vida

A casa vai ficar no mesmo lugar e também os móveis, pra estar tudo do jeito que você deixou quando você voltar, é tudo muito a tua cara.

domingo, 2 de maio de 2010

Sem pé nem cabeça.

Volto a relutar com o fato de pensar. É um momento dolorido e prazeroso, é meu sexo intelectual. Sentar nessa escrivaninha, a mesma há muito tempo e mergulhar nos textos. Não, não sou literata, nem leio a tal da literatura poética, minha literatura é cética, científica, dura, versos em prosa, deve ser por isso que o que escrevo aqui não é muito poético, profundo apenas na sua essência explicativa e não no sentimento. Isso tem muito a ver comigo, as pessoas (sempre elas) me dizendo que sou cética e sarcástica. O primeiro, aparentemente sim, o segundo, essencialmente sim. Não sou de elencar minhas preferências que dizem respeito a minha emoção, essa por sua vez é muito frágil para ser exposta e é sempre por ela que as pessoas (sim, sempre elas) usufruem da sua má fé. O sentimento é muito raro e sensível pra ser tão exposto assim, é interessante enquanto posto como misterioso, é bom guardar ele dentro de si, prefiro expô-lo pelos olhos, uma vez estes arrancados me agregariam o perecer, porém se o sentimento é massacrado por sua exposição verbal torna-se um morto vivo, lhes tiraram o som que já foi propagado, não ficará sem voz, ficará com dor semelhante àquela de quem pensa demais, essa não mata, apenas flagela, o que considero pior.
O meu sentimento é digno de ser reconhecido por aqueles a quem eu o sinto, esses sim tem meu sentimento verbal, no olhar, no abraço, meu lado literata, a ausência do meu ceticismo e do meu sarcasmo, esses têm a mim doce, a minha mais verdadeira doçura e também um pouco da minha loucura.
Meus dias são assim, como meus textos, começam com razão e terminam com emoção e minha vida vai ser assim, como uma maré, dependo da lua, um dia mais vulnerável, outro dia mais dura, a pitada certa da inflexibilidade e da tolerância.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Às vezes eu não queria pensar, queria ser um vegetal, onde ali fica fixado apenas vendo as belas abelhas e borboletas ali pousarem, um aspecto bonito de admirar as pessoas, porém sem nenhuma reação a elas, apenas um ser estático esbanjando beleza e nada mais, ainda assim existem vegetais que são feios, azar desses que além de serem estáticos, não oferecem nada.
Pensar realmente dói, minha cabeça pulsa com tanta coisa que eu penso, ela dá giros doloridos, ela se exercita de modo a me cansar fisicamente, sinto que perco calorias no simples fato de sentar na minha escrivaninha e pensar.
Ainda hoje neste mundo tão contemporâneo, as pessoas agregam um caráter masculino ao fato de pensar: só ando com mulheres, graduanda em um curso essencialmente masculino, sou vista lendo, bebendo, fumando ou discutindo ideias pelos cantos, com certeza a minha fama nessa fétida cidade é de "caminhoneira".
Sempre vejo os homens acompanhados de belos troféus e por um momento da minha vida pensei que era apenas aquilo que os interessavam, meu defeito foi analisar apenas os troféus que carregavam e não quem o carregava, com certeza esse não sabe nem metade do que é a dor de pensar.
Quando era mais jovem eu tentei me transformar num troféu, mas acabei vendo que não tinha talento pra aquilo, eu falava demais, discutia demais, perguntava demais, meu biotipo também nunca ajudou para que eu fosse um troféu a la Miss Universo.
Na minha formação pessoal, isso me incomodou, era mais uma coisa para eu pensar, para refletir me presenteando com fortes dores de cabeça, sim, quando eu penso demais a dor de cabeça é física, digna de algumas gotas de dipirona.
A construção da minha pessoa crítica foi dolorida e ela ainda está em construção e eu ainda sinto as dores, assim como uma criança aos seus 8 anos onde suas cartilagens estão crescendo. "Crescer dói", em todos os sentidos.

domingo, 25 de abril de 2010

Divinamen(T)e.

Mais do que nunca, sinto que no meu ventre há o poder da vida, por todos esses anos pensei onde poderia ser a casa de Deus, mas sinto que é ali, no meu útero.
A esperança da vida e do amor mora ali, é uma semente ainda não plantada, mas que pode ser sentida. É o instinto humano que começa tomar conta de mim, é se olhar no espelho e se ver mãe a qualquer momento dessa década.
Inevitável olhar para um pequenino sem pensar que poderia ser seu, é entrar nas lojas e não passar sem perceber as minuciosas roupinhas, os delicados sapatinhos, é andar na rua e focalizar nas grávidas, é ter vontade de por a mão naquela barriga tão divinamente modelada e sentir como se estivesse dentro de você.
Sinto que algo tão espirituoso vem me preparando aos poucos, é uma luz que se abateu sobre mim, me tornando mais calma, mais madura. O mais interessante de tudo é que já enxergo a família, o pai da criança sendo este o presente amor da minha vida. É tudo muito calmo, é tudo muito límpido, é tudo muito luz. Eu sinto recebendo um dom.

Amar.

A vida é assim, uns dias a gente sorri, nos outros nem tanto, mas o que se diz respeito ao amor é imutável, o amor é o mesmo. Tudo precisa de um pouco de fé, um pouco de paciência, um pouco de tolerância, amar nos engrandece, a gente aprende a se equilibrar. Agradeço a Deus por ter me concedido o poder de amar de verdade, dizer "eu te amo" é fácil, mas não é qualquer um que vive o amor, que doa um rim por amor, que perde uma perna, um braço e até mesmo a vida por amor.
Minha vida poderia ser mais longa talvez se eu não amasse tanto, amor de amiga, amor de filha, amor de namorada, amor de neta, amor de prima, amor de sobrinha e num futuro tão desejado, desfrutar do amor de mãe. A gente faz loucuras por amor, se arrisca, se machuca, se entrega, talvez seria mais cômodo não amar ninguém, seria mais cômodo ter um vazio aqui dentro, sendo que o amor dói e cura ao mesmo tempo. Eu escolhi assim, viver o dom de Deus, amar muito e morrer sabendo que botei um pouco de esperança no coração, um pouco de sentimento das pessoas que eu amo. Vai ser sempre assim, vou brigar por quem eu amo, brigar com quem eu amo, afagar quem eu amo, botar no colo quem eu amo, fazer a pessoa mais feliz quem eu amo e também frustrá-la para que ela melhore pra si. Vou acertar, vou errar e isso pode me entristecer por um momento, mas pra mim o que importa é o motivo: o amor.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Felicidade.

Corre, se ajoelha, sofre, ama, chora, se desgasta, se doa, se empresta, se vende e se dá. Se perde, se esquece, se deixa pra depois, não se ama, não se valoriza, não se prioriza. Acorda, levanta, se valoriza, esquece-os, lembra-se, se ama, se doa pra si, se empresta pra si, se dá pra si. Felicidade.

A Linha.

Por mais que anda-se em cima do muro, existem os extremos e está tão perto de tocá-los o quanto menos imagina-se. Vive-se os dias, as alegrias, as ofensas, as brigas, as pazes, as euforias, os medos, as (in) seguranças, as escolhas. Ah! As escolhas, essas são a mãe dos extremos, nunca sabe-se qual escolha se fará para continuar em cima do muro, isso não é comodismo, é um equilíbrio, é a balança entre as forças, o problema é que andamos em cima desse muro sem ao menos saber onde ele está, ninguém sabe onde mora o equilíbrio, às vezes anda-se em cima dele sem saber onde está pisando. É feliz aquele que pondera, aquele que consegue se enxergar de fora, infelizmente esse não sou eu. Vivo pulando de um extremo para o outro com extremas euforias e profundas infelicidades, sou o famoso 8 ou 80, ou é, ou não é, não existe meio termo. Tem dia que acordo A, tem dia que durmo B, tem dia que eu quero, no outro, nem sei mais se quero, tem dia que dá vontade de ficar, tem dia que dá vontade de sumir, tem dia que dá vontade de ser lembrado, já em outros casos, vontade de ser totalmente esquecido. Tem dia que é maravilhoso ser eu, tem dia que não consigo conviver comigo, tem que sou a mais mulher do mundo, tem dia que sou a pior da classe, tem dia que sinto-me amada, tem dia que me sinto nada, mas todos os dias sou lembrada como inconstante.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O amor não
tem
Forma
nem
Cor
tem.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Vítima.

Me seqüestraram, estou vítima, porém com piedade me enclausuraram, com muito conforto, com muita mordomia, com muito apego, com muito carinho, o cárcere afetivo do qual eu sempre quis participar. O amor me seqüestrou e disse que não há fiança pro resgate, que é vitalícia, ininterrupta essa prisão, eu nem liguei, achei foi bom. Nessa redoma o sequestrador me faz enfrentar o medo, a insegurança, essa parte nebulosa da vida nesse cárcere não há.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Medo.

Chega no final do dia, às vezes, e eu tenho medo. Eu olho para o espelho e parece que eu sou apenas aquele reflexo no fundo do vidro, que desse lado não existe matéria, é como se minha consciência flutuasse e o espelho me enganasse com uma forma humana qualquer insistindo em ser eu. Tenho a sensação que minha vida é uma farsa, pois só existe pensamento solto, voando por aí, não tem forma nem cor, não tem visibilidade, parece que a faculdade a qual freqüento não existe, que as pessoas não existem, parece que inventaram um sentimento e colocaram dentro de mim, parece que as pessoas não são de verdade assim como eu. Elas dizem sem ter boca pra falar, eu escuto o som, mas sem os ouvidos, "isso é delírio!", me sinto forjada, ludibriada, a única coisa que consigo fazer é girar em 360º perturbadamente, aquela forma uma humana que eu vira no espelho me assusta, me enoja, parece que eu me engano, me saboto. Tudo em minha volta fica ofensivo, uma chuva de canivetes vinda na horizontal, me atravessando, sem ter corpo pra ser rasgado. Nesses dias nada mais faz sentido pra mim, dá vontade de fugir de tudo, até de mim, pois na possibilidade de existir um corpo, não sentirei dor.

sábado, 10 de abril de 2010

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Encontro na minha lista de música bandas e cantores pop do início da década que acabara de terminar, considerados medíocres, sem futuro, mas que fizeram parte da minha história, do florescer da minha doce juventude, os meus 13 anos, é nessa idade que a gente descobre o que é amizade, começa a entender o valor disso, ficamos amigos dos amigos que tínhamos desde sempre, mas que só agora faz sentido o laço que sempre tivemos.
Essas músicas medianas, de três acordes, estrangeiras, cantadas por adolescentes com super franjas, roupas rasgadas esquisitas, atitudes pseudo-revolucionárias que fizeram a trilha sonora da minha pré-adolescência. Das primeiras "baladas", das primeiras bebidas, do primeiro trago, do primeiro beijo, do primeiro sexo, tudo muito constrangedor e feito sem nenhuma experiência, mas a adrenalina que foi descarregada no momento faz com que a sensação e cada detalhe não seja esquecido.
Ao ouvir tais músicas eu lembro da primeira tinta que passei no cabelo, do primeiro vinho que tomei, das primeiras camisetas de banda que tive, de quando meu guarda-roupa parecia um vácuo no universo repleto de roupas pretas, de quando eu ficava bêbada com uma Keepcooler, de quando uma da manhã pra mim era madrugada, de quando eu ia pros Halloweens e matinês para "causar", de quando eu me achava muito madura por ser muito extremista, de quando eu achava que se impor era ser inflexível, de quando eu achava que ter personalidade e ser eclético eram coisas antagônicas.
Me lembro muito bem que nessa época eu falava muito e ouvia pouco, pra mim isso era sinal de sapiência, que eu pregava que amor não existia por não saber a grandiosidade dele, que eu achava que o homem ideal era um tatuado, popular, com brinco, calça com cueca amostra, skate no pé, com um monte de filosofia de maloqueiro na ponta da língua.
Meu Deus! Como o tempo passa! Isso é assustador! E eu me lembro de que nessa época eu pensava que com a idade que estou eu lembraria de tudo pensando exatamente o que eu penso, acho que foi a única coisa coerente que imaginei nessa minha fase.

domingo, 4 de abril de 2010

Você.

E quando você vem é quando eu dou partida em uma novena pra você não ir embora. A sua presença é a mão da mãe que toca na do filho como aceno na rotação do carrossel, é o desejo do feto não sair das entranhas de sua progenitora, é a criança que se empanturra do doce com os olhos no outro. Sua ausência é o calar do som pro musicista, é a perda da sapatilha pra bailarina, é o capuccino sem canela, é passista sem escola de samba na passarela, é o Picasso querer pintar sem sua aquarela, é 22 sem a semana da arte moderna, é o equilibrista sem a corda bamba, é a professora sem seu guarda-pó, é o sexteto de um só. Sem você falta a peça do meu quebra-cabeça, ja quebrei tanta cara e tanta cabeça nos erros de acerto de te amar. Já brinquei de fada, de cinderela, mãe de família, de tua mulher mais bela, já fui sua musa, sua bruxa, sua pelica, seu espinho, já fui seu sangue e seu curativo, já brinquei de tudo isso na cabeça e na nossa história, já fui ousada sem medo aparente na navalha de dizer que te amo, afiada finamente, só quem é sábio no seu amor anda nela equilibrado sem nem pele rasgar. Ja te busquei, te encontrei, te perdi, ja me apaixonei várias vezes por você, como se fosse um arco-íris, sentindo em cores diferentes o mesmo sentimento. Você é aquilo que eu encontrei depois de cavar exaustivamente esse chão do amar, você é aquele tesouro que tava lá no fundo, escondendo sua preciosidade, esperando quem estava disposto de se cansar em abri-lo, mas eu fui, eu abri e agora, é meu.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Bom dia comunidade.

Aquele lugar é assim: uma drogada, um psicopata, um velho tarado, uma velha amargurada e um pseudo-vanguarda.

domingo, 7 de março de 2010

Momento Vani.

Absorvendo ensinamentos de Vani.


"Maristela: Eu estou com meu único órgão de prazer grudado no freio de mão de um carro. De um Chevete. Tah? E ao invés de estar me acalmando você está me irritando. Posso saber o por quê?
Vani: Desculpa... Olha... Sabe... Sei lá... Tem pessoas em situações piores que você né? Por exemplo na África... As mulher não tem clitóris... muito menos um Chevete."

Vermelho.

Eu comecei gostando dos cabelos, vermelhos como o fogo, como o fogo que ele jogou dentro de mim e como a chama que se espalha, eu comecei a gostar de tudo, como se ele fosse um mapa: de Oiapoque a Chuí.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A tristeza é senhora.

A tristeza tarda, mas não falha e finalmente ela bateu em minha porta, percorreu toda a vizinhança por esses 20 anos e encontrou a minha humilde residência, ela traz consigo um gosto de pra sempre e um cheiro de não vou embora.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Férias.

Férias é uma desgraça, acho que a empresa tinha que pagar pro proletário pela insalubridade nas férias. A gente viaja, pouco tempo, mesmo assim o cartão de crédito tá tão cheio que se soltar o bicho ele sai pulando pulsante, depois volta pra casa e fica nessa vida de beslicar bolo velho na geladeira, esquentar o bunda no sofá e quando não dá mais vem pra internet, isso tudo trancado num caixote com as janelas fechadas, porque presseslados se der bobeira o sujeito entra na casa e te leva com a cadeira.
Eu me sinto uma mutante, to respirando meu próprio gás carbônico e ainda assim sobrevivendo, minha casa virou uma fôrma de arroz de forno, ela fica aqui parada enquanto o sol a esquenta até ferver. Ar condicionado pra que por aqui? Pra quebrar, então a gente fica no Britânia, mas chega 11:37 ele não dá conta mais, a gente joga água no rosto, toma outro banho, abre a geladeira só pra pegar o frescor e volta pra aquela vida, beslicar bolo velho, ver televisão e contribuir para estatística dos brasileiros inúteis que não saem da frente do computador, tem colônia de férias pra operário?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A escrita vem da codificação de símbolos, e são símbolos somente as palavras? Os símbolos são tudo aquilo que vemos, ouvimos, sentimos e interpretamos de alguma forma. É preciso ler então para escrever decentemente? Acredito que não, acredito que é preciso filtrar bem, observar bem, ter boa coerência, bom armazenamento de idéias, ter boa interpretação e isso se aprende vivendo. Tem gente velha que não viveu nada, tem gente nova que viveu muito, isso vai de cada um, por isso ambos nos surpreendem na escrita, positivamente ou negativamente. Os símbolos são tudo aquilo que nos faz algum sentido, que constrói alguma idéia, esse estigma de debruçar em livros pra ter uma boa escrita é um tanto falho, não tiro o mérito da leitura, ela ajuda a ter boa coesão, ortografia, construção de estilo literário, mas a leitura não é tudo para um bom escritor, a sensibilidade de desfragmentar os símbolos brutos faz com a pessoa seja um bom escritor.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Olhos.

Aqueles olhos de fogo fumegavam, eram duas amendôas negras e brilhantes, que olhavam debaixo para cima sendo pleinadas por belos cílios moldados por rímel, diziam em uníssono: tesão.

Ausente.

Era do tipo menina-mulher que precisava de uns rompantes na vida pra devolver sua alegria em relação as pessoas. Por ausência, achava, por um momento que tinha errado com o ausente, tinha magoado, decepcionado, não entendia que a vida seguia do lado de lá e que as cores e as formas, as lembranças ficam dentro da cabeça, naquele campo emocional que já não fica metaforicamente no coração. Mas é só o ausente aparecer de novo e tratá-la com o mesmo calor que fica tudo bem, ela quase se auto-flagela com um beliscão e resmunga: "Que asno sou!".

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

?

O tanto que ja me ensaiei pra você, fui e voltei, fiz e refiz, tava indo, chegando e parei. Pensei bem no que perder, ganhar talvez, fiz assim, de longe, respirei fundo, dei pausa, observei, só assim te entendi, te filmei, e vi que não era bem aquilo que eu queria pra mim, ou por um momento.

Canina menina felina.

Seus olhos de felina, menina, tua personalidade canina.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mariana

Era 14 de Janeiro de 1988, e como de costume, o verão. Assim veio ela, registrada Mariana, veio junto do sol daquele tempo iluminar a vida de alguém e de alguns. Tão pequena, tão frágil, tão forte, tão sadia. Sua mãe a olhou com os olhos que Mariana herdara, não de cor, mas de formato, com alegria e amor. Por azar ou sorte, só a conheci dois anos depois, eu não entendia muito bem o que era ser, ou estar, estava na mesma condição de Mariana no dia 14 de Janeiro de 1988, chegando ainda, apenas sendo olhada com olhos semelhantes e desiguais, mas sem enxergar nada. Com o tempo a conheci e gostei, não por alguém ter me falado que era do meu sangue, mas por ela ser extremamente diferente de mim, preenchendo os buracos do meu eu. Hoje, 14 de Janeiro de 2010, passaram-se 22 anos e eu ainda sinto e penso a mesma coisa de la, nem mais, nem menos, admiração.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Depois de uma noite de sábado conturbada, que por um momento pode ser ruim, mas diz respeito ao grau de badalação de uma saída, pegou um ônibus às dez da manhã e partiu pra capital do seu estado, era cativa do centro-oeste, nascida tão longe dali mas criada na cartilha matogrossense, com todos os nhos comidos das palavras, com todo coentro no pastel, com todo o pequi na galinhada que não gostava, com toda a catira que viu todos esses anos, mas nunca dançou. Viagem longa, quinhentos quilômetros eternos devido a sossegada prática de arrebanhar os passageiros nas porteiras de suas chacrinhas. Chegou na capital o sol já havia caído, mesmo com aquela Lua cheia engolindo a cabeça parecia que o Sol tinha ido dormir e tirou sua roupa quente deixando-a sobre a cidade. Na rodoviária esperou, esperou o moço com o qual havia combinado se encontrar, era amigo de uma amiga sua, era o primeiro contato entre os dois, logo se reconheceram naquela vasta rodoviária e entre malas e simpatia se abraçaram, as malas se acomodaram no porta-malas e seguiram viagem para a residência do simpático moço. No caminho conversavam como se conhecessem há tempos, chegaram na casa do hospedeiro de uma família hospitaleira tanto quanto o seu sorriso, assim ela tomou um banho rápido e o rapaz rapidamente sugeriu uma saída pela capital. Foram para a casa de um casal de amigos do moço, logo ela se enturmou, comunicativa que era não foi difícil se socializar, dadas três da manhã decidiram retornar para casa, chegando lá não se contentaram em simplesmente dizer boa noite e dormir, ficaram conversando por horas a fio de assuntos variados, de corte e costura a sexo para aí sim se despedirem e dormirem até às onze da manhã para almoçarem numa peixaria, como o combinado, o fizeram, almoçaram o peixe ali, as margens do Rio Cuiabá, uma vista bonita dando de capturar sua real beleza apenas com a retina. Seguiram para o shopping em busca de um filme para assistir, Avatar 3D, soava algo geek, mas ela topou e gostou, na saída encontraram um amigo do rapaz se deliciando num rodízio de pizza no shopping, quiseram o acompanhar. Depois de terem se empanturrado foram para a casa, tomaram banho e saíram novamente para uma cerveja. O silêncio reinou na mesa do bar, só se via a fumaça dos cigarros dizendo adeus, a desculpa para tanta quietação era a heresia alimentar que haviam cometido. Após a cerveja foram para a casa do amigo adorador de rodízio de pizza, beberam mais um pouco, largaram o amigo por lá e voltaram para a casa, a volta não foi muito direta, o contato tão próximo entre esses dois jovens ao longo desses dias fez com que a líbido de ambos explodisse e não resistesse a parada em um lugar próprio para liberá-la, depois de explodirem voltaram para a casa e dormiram com hora marcada para acordar, no outro dia ela iria embora e tudo aquilo que acontecera ficaria guardado no campo da memória ou em uma folha qualquer.

Saudade.

Saudade da terrinha e de tudo aquilo que plantei.
Daquela vez que plantei sorriso e nasceu amizade.
Daquela vez que plantei angústia e nasceu apoio.
Daquela vez que plantei ira e nasceu perdão.
Daquela vez que plantei solidariedade e nasceu recompensa.
Daquela vez que plantei amor próprio e nasceu valor.
Daquela vez que plantei sensualidade e nasceu tesão.
Daquela vez que plantei desprezo e nasceu remorso.
Daquela vez que plantei arroz e nasceu feijão.
Daquela vez que me plantei e nasci de novo.
Daquela vez que nos plantei e nascemos outra vez.
Daquela vez que deixei de aguar e secou.
Daquela vez que sequei e me deixei aguar.
Daquela vez que me aguei, e nasci.