Pages

sábado, 7 de agosto de 2010

.

Depois de ter entrado no tornado, me sinto calma. Sabe aquele amor que vira ódio que vira sofrimento e se transforma em ternura? Estou assim, sentindo profunda ternura, o parasita que habitava o meu coração transformou-se em um bicho que pratica mutualismo. A gente tenta, se esforça, se machuca, releva. Mas e aí, as pessoas são diferentes da gente, ao passo que não superei as expectativas de alguém as minhas não foram superadas. Não que outra pessoa seja o meu encaixe, mas quem sabe que a maturidade que os anos nos concedem não faz a gente se distanciar da situação, analisar de fora e corrigir os erros para então viver a felicidade plena. Ninguém vive feliz plenamente sem conhecer aquele do qual espera complemento para a tal felicidade. Mas o meu medo é que os anos de modo que trazem sensatez e maturidade aumentam nossa intolerância. Quem sabe a vida de dois intolerantes no mesmo nível seja mais feliz, acredito que não façamos as coisas que não toleramos, assim a vida ficaria mais fácil quem sabe.
Não adianta, por mais que a gente queira esquecer o que aconteceu na vida a dois com outras pessoas, a gente não esquece. Assim sempre chegamos com uma armadura no próximo pra evitar sofrimento, é aí que criam-se outras feridas.
Eu me armei, entrei na batalha e quando já era guerra eu corri nua em meio ao tiroteio com os olhos fechados esquivando-me das balas por sorte, mas uma sempre passa de raspão, é a que mais arde e deixa a pior cicatriz. Tratei da ferida, agora ela já fechou.