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domingo, 4 de abril de 2010

Você.

E quando você vem é quando eu dou partida em uma novena pra você não ir embora. A sua presença é a mão da mãe que toca na do filho como aceno na rotação do carrossel, é o desejo do feto não sair das entranhas de sua progenitora, é a criança que se empanturra do doce com os olhos no outro. Sua ausência é o calar do som pro musicista, é a perda da sapatilha pra bailarina, é o capuccino sem canela, é passista sem escola de samba na passarela, é o Picasso querer pintar sem sua aquarela, é 22 sem a semana da arte moderna, é o equilibrista sem a corda bamba, é a professora sem seu guarda-pó, é o sexteto de um só. Sem você falta a peça do meu quebra-cabeça, ja quebrei tanta cara e tanta cabeça nos erros de acerto de te amar. Já brinquei de fada, de cinderela, mãe de família, de tua mulher mais bela, já fui sua musa, sua bruxa, sua pelica, seu espinho, já fui seu sangue e seu curativo, já brinquei de tudo isso na cabeça e na nossa história, já fui ousada sem medo aparente na navalha de dizer que te amo, afiada finamente, só quem é sábio no seu amor anda nela equilibrado sem nem pele rasgar. Ja te busquei, te encontrei, te perdi, ja me apaixonei várias vezes por você, como se fosse um arco-íris, sentindo em cores diferentes o mesmo sentimento. Você é aquilo que eu encontrei depois de cavar exaustivamente esse chão do amar, você é aquele tesouro que tava lá no fundo, escondendo sua preciosidade, esperando quem estava disposto de se cansar em abri-lo, mas eu fui, eu abri e agora, é meu.