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sábado, 9 de janeiro de 2010

Depois de uma noite de sábado conturbada, que por um momento pode ser ruim, mas diz respeito ao grau de badalação de uma saída, pegou um ônibus às dez da manhã e partiu pra capital do seu estado, era cativa do centro-oeste, nascida tão longe dali mas criada na cartilha matogrossense, com todos os nhos comidos das palavras, com todo coentro no pastel, com todo o pequi na galinhada que não gostava, com toda a catira que viu todos esses anos, mas nunca dançou. Viagem longa, quinhentos quilômetros eternos devido a sossegada prática de arrebanhar os passageiros nas porteiras de suas chacrinhas. Chegou na capital o sol já havia caído, mesmo com aquela Lua cheia engolindo a cabeça parecia que o Sol tinha ido dormir e tirou sua roupa quente deixando-a sobre a cidade. Na rodoviária esperou, esperou o moço com o qual havia combinado se encontrar, era amigo de uma amiga sua, era o primeiro contato entre os dois, logo se reconheceram naquela vasta rodoviária e entre malas e simpatia se abraçaram, as malas se acomodaram no porta-malas e seguiram viagem para a residência do simpático moço. No caminho conversavam como se conhecessem há tempos, chegaram na casa do hospedeiro de uma família hospitaleira tanto quanto o seu sorriso, assim ela tomou um banho rápido e o rapaz rapidamente sugeriu uma saída pela capital. Foram para a casa de um casal de amigos do moço, logo ela se enturmou, comunicativa que era não foi difícil se socializar, dadas três da manhã decidiram retornar para casa, chegando lá não se contentaram em simplesmente dizer boa noite e dormir, ficaram conversando por horas a fio de assuntos variados, de corte e costura a sexo para aí sim se despedirem e dormirem até às onze da manhã para almoçarem numa peixaria, como o combinado, o fizeram, almoçaram o peixe ali, as margens do Rio Cuiabá, uma vista bonita dando de capturar sua real beleza apenas com a retina. Seguiram para o shopping em busca de um filme para assistir, Avatar 3D, soava algo geek, mas ela topou e gostou, na saída encontraram um amigo do rapaz se deliciando num rodízio de pizza no shopping, quiseram o acompanhar. Depois de terem se empanturrado foram para a casa, tomaram banho e saíram novamente para uma cerveja. O silêncio reinou na mesa do bar, só se via a fumaça dos cigarros dizendo adeus, a desculpa para tanta quietação era a heresia alimentar que haviam cometido. Após a cerveja foram para a casa do amigo adorador de rodízio de pizza, beberam mais um pouco, largaram o amigo por lá e voltaram para a casa, a volta não foi muito direta, o contato tão próximo entre esses dois jovens ao longo desses dias fez com que a líbido de ambos explodisse e não resistesse a parada em um lugar próprio para liberá-la, depois de explodirem voltaram para a casa e dormiram com hora marcada para acordar, no outro dia ela iria embora e tudo aquilo que acontecera ficaria guardado no campo da memória ou em uma folha qualquer.

Saudade.

Saudade da terrinha e de tudo aquilo que plantei.
Daquela vez que plantei sorriso e nasceu amizade.
Daquela vez que plantei angústia e nasceu apoio.
Daquela vez que plantei ira e nasceu perdão.
Daquela vez que plantei solidariedade e nasceu recompensa.
Daquela vez que plantei amor próprio e nasceu valor.
Daquela vez que plantei sensualidade e nasceu tesão.
Daquela vez que plantei desprezo e nasceu remorso.
Daquela vez que plantei arroz e nasceu feijão.
Daquela vez que me plantei e nasci de novo.
Daquela vez que nos plantei e nascemos outra vez.
Daquela vez que deixei de aguar e secou.
Daquela vez que sequei e me deixei aguar.
Daquela vez que me aguei, e nasci.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Aqueles.

Ela não sabia que aquilo valia tanto, aquilo, aquilo que ela fazia. Fazia sempre por prazer, passava horas ao deleite de toda aquela externalização de sentimentos e emoções, era um calor que vinha do abdômen na garganta, que arrepiava a nuca e assim ela voltava para atividade e continuava ali, bailando, indo e vindo, voltando, indo de novo, parando, pensando, continuando.
Tinha prazer em pegar com gosto nele e fazer tanto, através dele mostrava tudo o que queria e o que sentia, era a parte mais importante daquilo tudo, ele! Pegava com firmeza, com carinho, com moleza, e assim como fazia aquilo fazia com ele, bailava, ia e vinha, voltava, ia de novo, parava, pensava, continuava. Era tudo tão assim até o dia que cobrara, cobrara para fazer aquilo com ele. No momento pôs graça, fez e aconteceu, foi longo, rebuscado, intenso e lindo, mas depois dele, mesmo fazendo espontaneamente, não teve mais prazer, colocara naquilo um valor de troca material e nunca mais o fez como fazia. "Ah se o tempo voltasse", dizia, aquilo e ele continuariam sendo aqueles.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Um pouco do meu dia-a-dia acadêmico.

Os dias andam mais "científicos" do que poéticos. Fim de semestre, loucura-loucura, portanto vou postar um texto que fiz para uma matéria aí do meu curso, , um pouquinho de conhecimento econômico embutido nessa artéria poética também faz parte da vida de uma prolixa reclusa no Mato Grosso.



A Gênese da Industrialização Brasileira


A implantação da República em 1889 foi tomada de forma pacífica, não houve manifestações populares e foi totalmente aceita pela burguesia, porque o Brasil Republica nada mais seria que a instituição do poder burguês, o que condizia com a realidade social dos cafeicultores, cujo produto era o principal para a Economia do país no momento.

No início da República encontraram-se inúmeros obstáculos para a industrialização, podendo citar a crise do café, em vista da superprodução, onde o governo decide dar subsídio aos cafeicultores, comprando o excedente de café produzido, fazendo com que os produtores de café se interessassem em produzir numa escala maior que a demanda para receber os incentivos do governo, assim instala-se a crise do café sendo consolidada com a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929. Assim sendo encontrava-se um péssimo sistema financeiro em decorrência de até então este ter se baseado na escravidão, a qual chegava ao seu fim, e por sempre ter voltado sua economia para a exportação, portanto não havia uma política monetária interna.

No entanto preocupar-se-ia com a ausência da mão-de-obra escrava, ou seja, começam os investimentos em mão-de-obra livre, entrando em cena a imigração. A perda de dinheiro investido em escravos teria que ser compensada com a ampliação do crédito para lavoura e exportação.

Tal instabilidade econômica (e também a política) fez com que fosse necessária a adoção de algumas medidas nos primórdios da República.

Assim, Rui Barbosa, Ministro da Fazenda do Governo Provisório autoriza a emissão de moedas e lança ações para o financiamento de empresas, tal medida gerou uma febre especulativa, assim o Brasil “mergulha” em uma crise financeira, a qual ficou conhecida como Encilhamento (refere-se ao clima de euforia e aventureirismo em face da especulação com capitais de crédito e nas bolsas de valores).

O governo estimulou a criação de empresas concedendo empréstimos facilmente sem muita burocracia, assim ocorre o aparecimento de empresas fantasmas como especulação causando uma crise no mercado, pois de tal forma os bancos vieram a falência, seus cofres foram esvaziados com o “empréstimo sem limites”, assim as empresas faliram também, causando inflação, tal crise coincidiu com a crise de superprodução do café, ou seja, uma junção de fatores que fizeram com que o Brasil entrasse integralmente em crise.

Porém, no governo de Campo Salles foram adotadas políticas para reverter a crise que se instalara no Brasil. Foi concedido empréstimo pelo Funding Loan no valor de 10 mil libras, cuja divida foi dada como garantia a receita da alfândega brasileira. Esse recurso foi investido em obras de infra-estrutura: malha ferroviária, energia elétrica, saneamento, aumento das importações. Com essa “reerguida” o Brasil volta a ter credibilidade, o mercado começa a depositar confiança na política econômica brasileira.

A efetivação da industrialização no Brasil passou por inúmeros obstáculos, desde o começo da história do país, os tratados com a Inglaterra, o pacto colonial, como já foram mencionados, foram grandes dificultadores para a industrialização brasileira.

Durante os ciclos do açúcar, ouro e café ocorreram surtos de industrialização, mas nada que se firma-se como a industrialização no país propriamente dita, tal ocorreu aqui no Brasil de forma tardia, podemos exemplificar que no século XIX já ocorria a Segunda Revolução Industrial e a indústria brasileira era insignificante.

A partir da década de 1880 que o Brasil começa a viver a industrialização e o seu crescimento, tendo como base a estrutura econômica que havia se criado em torno da produção cafeeira.

Assim, foi incentivada a produção manufatureira no Brasil, como na Europa, o produto pioneiro da industrialização no Brasil foi o tecido, as primeiras indústrias dessa época voltava-se para a produção têxtil. Com o tempo tais indústrias foram diversificando a sua produção, fabricando variados tipos de tecidos, de cores diferentes. Partindo dessas indústrias, investiu-se na produção de juta, chapéus, foram surgindo novas indústrias, como a de beneficiamento de trigo, produção de cerveja, de fósforos, metal-mecânica, houve então a modernização da produção açucareira.

Todo esse desenvolvimento industrial se deu graças a acumulação de capital feita pelo período do auge da cafeicultura, de 1880 a 1930, até mesmo porque o impulso da produção cafeeira foi responsável pela urbanização do Estado de São Paulo, a qual propiciou a implantação de diversos serviços públicos, o que daria condição para se instituir um centro urbano, gerando emprego e renda para o consumo dos produtos industrializados.

“As medidas concretas para a industrialização foram tomadas durante o Estado Novo. As dificuldades causadas pela Segunda Guerra Mundial ao comércio internacional favoreceram essa estratégia de substituição de importações. Em 1946 começou a operar o primeiro alto-forno da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A Petrobrás foi criada em outubro de 1953.

O nacionalismo da era Vargas foi substituído pelo desenvolvimentismo do governo Juscelino Kubstischek (1956 a 1961). Atraindo o capital estrangeiro e estimulando o capital nacional com incentivos fiscais e financeiros e medidas de proteção do mercado interno, JK implantou a indústria de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e veículos, com o objetivo de multiplicar o número de fábricas de peças e componentes. Ampliou os serviços de infra-estruturas, como transporte e fornecimento de energia elétrica. Com os investimentos externos e internos, estimulou a diversificação da economia nacional, aumentando a produção de máquinas e equipamentos pesados para mecanização agrícola, fabricação de fertilizantes, frigoríficos, transporte ferroviário e construção naval. No início dos anos 60 o setor industrial superou a média de crescimento dos demais setores da economia brasileira.”.(http://www.brasilescola.com/historiab/industrializacao-brasileira.htm)



domingo, 22 de novembro de 2009

Aos meus amores.

(...) "sinto tamanha necessidade de sua amizade.
Posso entrar em sua casa sem vestir um uniforme, sem submeter-me à recitação de um Alcorão. Junto de você, não tenho de me desculpar, não tenho de pedir, não tenho de provar; encontro a paz. Se sou diferente de você em vez de lesá-lo aumento-o. Eu agradeço ter me recebido tal qual sou.
Meu amigo, sinto necessidade de você como de um pico onde se respira! Sinto necessidade de debruçar-me junto de você, uma vez ainda, nas margens do Saône, sobre a mesa de um pequeno albergue de tábuas separadas, e de convidar dois marinheiros, em companhia dos quais brindaremos na paz de um sorriso semelhante ao dia." (...)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ms. São José Laura.

Quando a gente decide tomar um rumo muitas coisas que se quer conhecemos nos esperam e tantas outras que conhecemos, e nos apegamos ficam aqui esperando nosso retorno. Não é fácil abandonar, seja temporariamente, as coisas que ficam, por ja as conhecemos e atribuimos um valor a elas, esse valor é o custo que pagamos por um tempo para nos apegarmos a outras coisas que não conhecemos. Não é toda pessoa que tem coragem de fazer isso, de entrar na caverna do desconhecido onde parece que a luz ficará iluminando a retaguarda. Deus não concedeu asas a nós, mas nos concedeu pernas e um coração que vive de novas emoções, as pessoas que sempre gostam de mudar sua condição são aquelas que Deus direcionou uma luz rara, a luz de bucar o novo. Se essas pessoas não existissem nada do que temos hoje existiria pelo simples medo de tentar. A gente almeja, planeja, espera e sonha, nem sempre tudo sai do jeito que a gente pensou. Frustração é uma palavra feia, de um fonema pesado, mas são poucos, como você que entendem o grandioso valor que ela agrega na vida de uma pessoa, a frustração é simplesmente o reconhecimento de que não sabemos tudo e que aceitamos que aquilo que pensamos não é uma verdade absoluta. Você, Laura, reconhece isso, sabe da capacidade de ir além, pois quem pensa que sabe tudo é porque simplesmente estagnou no tempo e acha que nada após sua condição vai lhe atribuir algum valor. Você vai, a gente fica, aprendendo e sentindo as coisas que passarão por sua percepção. Tire fotos, grave, filme, mas toda a experiência que ficar dentro de você e toda a imagem que ficará gravada la no fundo dos seus olhos é propriedade sua. Nada como se esquecer dos obstáculos, pegar as malas, au revoir e viver.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Cansei de gente meia boca. Gente que vive mais ou menos, que ama mais ou menos, que estuda mais ou menos, que bebe mais ou menos, que viaja mais ou menos, que dorme mais ou menos, que é mais ou menos feliz, mais ou menos depressivo, mais ou menos casado, mais ou menos solteiro, que beija mais ou menos, que é virgem mais ou menos, que é mais ou menos bom de cama, que come mais ou menos, que anda mais ou menos, que cozinha mais ou menos, que é presente mais ou menos, que se ausenta mais ou menos.
Faça uma lista de grandes amigos e perceba que nem todos são grandes assim, que uns simplesmente são inertes e que outros nem merecem existir.
Ao invés de usar filtro solar, não insista em gostar de alguém que não goste de você, não insista demonstrar um amor que não tenha o minimo de reprocidade. Toda mulher tem mania de gostar de cara que tem problema, renite, artrite, esquizofrenia, psicopatia, depressão, burcite, reumatismo, sindrome do panico, hepatite, ciumes doentio, cinco divorcios nas costas, 3 filhos pra pagar pensão, possessivo e pode fazer anos (até mais anos que a própria parceira tem) que ele tem todas as enfermidades e distúrbios a culpa de tudo isso é sempre dela, implicitamente, o cara diz ter se adoecido de amor. Acho que esses homens querem ter uma mãe gostosa, ao invés de parceira, uma parceira assim, mais ou menos mãe, mais ou menos mulher. Me poupe.